O Bahia estreou nesse último fim de semana pela série B do Campeonato Brasileiro, sabendo de que a missão é retornar o quanto antes para a elite onde é seu lugar por direito. Diante disso, o técnico Sérgio Soares em meio a todo mistério não sabia se iria colocar um time alternativo ou os jogadores considerados titulares, até a sexta - feira todo mundo esperava ansiosamente pela sua escolha que no fim do dia foi revelada com a opção de manter a equipe conhecida pela torcedor.
A pressão por resultados é natural de qualquer time de futebol e no tricolor não é diferente. Tendo experimentado essa sensação de quando aconteceram as três derrotas seguidas para o Ceará na Fonte Nova e no Castelão pelas finais da Copa do Nordeste, juntando com o insucesso no Lomanto Júnior contra o Vitória da Conquista na partida de ida da decisão do certame estadual, Sérgio mudou o planejamento de poupar os atletas devido a intensidade dos jogos com base nos exames realizados pelo departamento de fisiologia, mas para o seu alívio todo mundo estava apto para enfrentar o América Mineiro em Belo Horizonte. Quando o árbitro deu início ao jogo, deu para perceber que esse time o Bahia pode alcançar voos mais altos na competição, num gramado que lhe permitia uma troca de passes e boa transição entre o meio e os atacantes, o Coelho se viu perdido em campo e com bastante dificuldade para chegar até Jean que não trabalhou muito e na ocasião que fora exigido mostrou competência e segurança na hora de praticar as defesas.
Com apreciável dinâmica e um volume de jogo que lhe credenciava dono das ações, o Bahia abriu o marcador no cruzamento de Zé Roberto para Kieza, porém o jogador do América se atrapalhou e mandou para sua própria meta. Na vantagem apontada no placar, houveram duas chances que se não fosse a trave no chute de Maxi Biancucchi e a boa defesa do goleiro João Ricardo, seria um dejavú do primeiro tempo na Arena contra o Bode . A preocupação para a comissão técnica foi a lesão muscular de Kieza que até o momento não demonstra ser tão grave assim, pois a sua ausência causou uma queda iminente de aproveitamento ofensivo no segundo tempo, vejamos o porque.
Para manter a velocidade no ataque, Sérgio Soares optou por colocar Willians Santana no lugar do K9, que outrora é bastante questionado pela torcida. Na teoria possa ser que a alteração tenha um pouco de razão, no entanto a prática revelou que mais uma vez o comandante pecou e fez a leitura do jogo de forma equivocada. Se ele escolhe por Rômulo, o Bahia teria duas coisas ao seu favor , um seria o passe para colocar Maxi e Zé Roberto de cara pro gol, e isso ele tem de sobra haja vista que no sexto gol tricolor na goleada imposta sobre o Conquista, a assistência para Kieza foi do garoto da base; E o outro ponto é justamente a rapidez que Sérgio enxergou no Willians e não em Rômulo, ou seja pensou pela transição de maneira ágil e esqueceu na qualidade para envolver por completo o seu adversário.
No lance do gol de empate, nota-se a falha no sistema de marcação com a participação negativa dos volantes que deixaram um tremendo espaço para que Mancini recebesse o passe para balançar as redes do tricolor, isso não pode acontecer de forma alguma, sendo essa grande deficiência da falta de proteção da zaga vem desde o competição estadual e se faz necessário a correção com certa brevidade, um erro agora pode custar muito caro no final.
Outra falha são as chances de gols desperdiçadas por Zé Roberto e Willians. O primeiro ainda na etapa inicial conseguiu ter a proeza com o goleiro caído no gramado, não percebeu que o zagueiro havia ido em direção a meta para salvar e ainda assim chutou fraco para alívio dos torcedores do América. Já no segundo tempo, Tiago Real lança para Willians que parte em velocidade no sentido para o gol de João Ricardo, mas de aspecto tão atrapalhado ele conseguiu ser desarmado pelo defensor que havia sido driblado, escapando a oportunidade de colocar o time em proveito.
Até este momento é dada a largada para o começo do torneio, mas é bom ficar bem atento quanto as carências que o tricolor apresenta, se em outros setores ainda precisa de maior aporte na questão de reforços, no ataque o pedido se faz do mesmo tom. Que o Sérgio e todo elenco possa encarar essa obrigação de subir com maior precaução e frieza para decidir as batalhas que estão por vir.
Por : Lucas Cezar
Twitter : @lukinhascezar91
Imagem : Felipe Oliveira/Divulgação/ECBahia